26 de abril de 2018

Pela primeira vez nesses últimos dias, apesar de ainda estar muito triste, senti uma forte motivação para agradecer pela minha vida e daqueles que amo. Tenho muito a agradecer: meu primogênito lindo e saudável, meu marido amado e companheiro, a família amorosa que nos acolhe, entre tantos outros motivos de felicidade. Não posso me definir como uma pessoa infeliz. Mas posso afirmar que estou e continuarei irremediavelmente incompleta.

Talvez o motivo dessa gratidão tenha sido mais um obstáculo vencido, o sucesso de um pequeno procedimento cirúrgico a que meu filho foi submetido ontem. Apesar da simplicidade da cirurgia, eu estava muito apreensiva, adiei o agendamento por duas vezes, sentia medo de não conseguir segurar mais essa barra no meu atual estado emocional. Mas deu tudo certo, felizmente.

Me dei conta de que, com todo esse processo de luto, acabei deixando de desfrutar das pequenas alegrias do dia a dia com o Gael. Tenho enxergado nele meu alento, meus momentos de fôlego, mas sinto que estou aproveitando apenas parcialmente o bem que ficar com ele pode me proporcionar.

Abracei o meu filhote, agradeci por ele e continuei viva por ele.

Estar feliz e triste ao mesmo tempo é uma sensação muito estranha.

A vida continua. Nada mudou no mundo. Tudo continua como estava. Só eu é que estou diferente...