06 de maio de 2018

Apesar do feeling do meu Obstetra, de que a causa dos abortos seja algum problema com os bebês, lá no fundo eu sinto que algum fator sistemático no meu organismo está levando a essas perdas repetidas. E então me pego às voltas com meus pensamentos, buscando nomes de outros especialistas que atendam ao meu convênio, me questionando se deveria procurar outras opiniões. Penso que devo começar a tomar as injeções de enoxaparina, AAS e progesterona antes de tentar novamente. Mas o que estou fazendo então? Confio ou não no meu obstetra? Confio, ele é realmente muito competente e conhece bem a minha história. Mas estamos falando de suposições dele... Valeria à pena buscar outras opiniões? Se sim, de quem?

Mentalmente fiz promessas. Prometi que meus filhos nunca serão esquecidos. E que as 7 semanas em que estiveram comigo iam sempre fazer sentido. E que o fato de terem partido não significava que não permanecessem, para sempre, no meu coração.

Quando me perguntarem quantos filhos tenho, vou responder sempre “Quatro: Um está aqui, ao alcance dos meus braços. E os outros três guardados pra sempre no meu coração.”

Quero que chegue logo o dia em que eu consiga contar toda a minha história sem chorar. Não que queira me tornar ser dura ou fria. Só espero um dia ter resolvido bem o assunto dentro de mim. Espero o dia em que tenha chorado tudo o que preciso, sem ter escondido o sofrimento, como se fosse uma loucura só minha ou um exagero. E então cumprirei a promessa que fiz: a de nunca, mas nunca mesmo, os esquecer.