03 de maio de 2018
- sevenweeks3
- 11 de jun. de 2018
- 2 min de leitura
Finalmente passei por uma consulta com meu Obstetra após o resultado do cariótipo da Betina. Eu enviei o resultado para ele e em resposta ele me pediu que aguardasse 1 ciclo e então conversaríamos. Hoje fui ao consultório com o Fábio e o doutor nos apresentou suas conclusões. Descartou a possibilidade de que as injeções de enoxaparina não tenham suprido o tratamento necessário à trombofilia, mesmo considerando que algumas delas foram doadas e consequentemente não há garantias de como ocorreu a manipulação antes de chegarem às minhas mãos. Levantou 3 possíveis causas para os abortos espontâneos que sofri.
Primeiro, falou da possibilidade de os meus anticorpos estarem combatendo os embriões, por excesso de compatibilidade imunológica entre eu e o meu marido. Essa é, na opinião dele, a causa menos provável, já que temos o Gael. Apesar disso, não podemos descartar, pois pode sim acontecer. Para confirmar teríamos de fazer um exame caro, chamado Crossmatch e, caso se constatasse isso, faríamos um tratamento com injeções antes de tentar engravidar novamente.
A segunda hipótese seria uma endometrite, inflamação do endométrio que impede que o embrião, mesmo que consiga se fixar, permaneça seguro para se desenvolver corretamente. Para constatar seria necessária minha internação para retirada de pedacinhos do endométrio e realização de biópsia. Se confirmada a inflamação, o tratamento seria novamente internação para a remoção parcial do endométrio inflamado (histeroscopia cirúrgica) e teríamos de aguardar a recuperação e confirmação de que o endométrio está ok antes de qualquer tentativa de gestação.
A última causa e onde meu médico está apostando é alguma má formação congênita que, segundo ele, pode sim ter existido apesar do cariótipo normal. O resultado normal dos cromossomos garante apenas que o embrião não tinha nenhuma síndrome, mas não detectaria possíveis defeitos, incluindo os graves e incompatíveis com a vida. E para essa suposição não existe confirmação ou tratamento. É uma possibilidade em qualquer gestação de qualquer mulher, mesmo para aquelas que nunca sofreram abortos, que são jovens e perfeitamente saudáveis. Também não há tratamento que garanta o sucesso. Existem sim as formas de prevenir alguns tipos, como por exemplo a ingestão de ácido fólico para prevenção de má formação do tubo neural, mas nenhum tratamento definitivo. E apostando neste motivo nada nos impediria de tentar engravidar agora. Três possibilidades e nenhum diagnóstico.
Não ter uma definição é o que mais me deixa angustiada.
Queria que fosse possível achar a causa, mesmo que fosse a pior e a mais difícil de tratar, acho que me sentiria melhor do que estar nesse vácuo sem saber o que está tirando os meus filhos de mim.
Queria conseguir entender o motivo da minha dor, aprender a conviver com ela, sobreviver apesar dela e seguir em frente para outro momento da minha vida, seja ele o futuro com um único filho ou com a esperança de aumentar a família.
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